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Uma celebração ao Linguajar Cuiabano

Idealizar campanhas para o aniversário de Cuiabá que ressaltam sua cultura e história e a relação com o bem-estar das pessoas tem sido a tônica da comunicação da Unimed Cuiabá há quatro anos. Ao mesmo tempo tem sido um grande desafio, tanto no sentido de explorar diferentes aspectos dentro dessas áreas como na forma de abordá-los.

Foi assim com a de 2022, em que resolvemos enaltecer uma característica marcante da cuiabanidade: o linguajar, o modo de falar. Há uma preocupação de que essa manifestação desapareça, fazendo com que a Capital perca boa parte de sua identidade. Não é algo novo. Vários autores, pesquisadores, artistas vêm demonstrando esse mesmo sentimento há décadas.

De que forma levar o assunto até as pessoas, mantendo sua seriedade, mas também o apresentando de forma leve, alegre, celebrativa? Pensamos em seguir por três frentes. Uma delas foi convidar uma pesquisadora. Neste caso Cristina Campos, que também é escritora e membro da Academia Mato-grossense de Letras (AML), autora do livro O Falar Cuiabano. A parte “acadêmica” da abordagem estava então definida.

Outra frente seria a musical. No entanto, há um grande número de artistas que compuseram e cantaram sobre e com o linguajar cuiabano. Quem então poderia ilustrar da melhor forma a nossa proposta? De todas as sugestões, a que chamou mais a atenção foi Edna Vilarinho. Sua produção sempre teve como foco principal o resgate e difusão da cultura cuiabana, em especial o modo de falar. Várias letras nasceram com base na constatação de que o linguajar não era mais tão popular.

Entre as interpretações de canções de Edna, chamou atenção a da cantora e compositora cuiabana Estela Ceregatti, que inclusive tocava viola de cocho, instrumento típico da região. Estava fechada a lista de participantes, que toparam de pronto participar pelo amor e dedicação que têm à cultura, em especial a cuiabana.  

O tempo era curto para produzir a campanha, mas as coisas se encaixaram tão bem que todas se dispuseram a participar na data definida. E não poderia ter sido melhor. O palco foi o do ancestral Cine Teatro Cuiabá, onde um cenário foi montado para remeter à cuiabania, com seus tecidos de chita, e as três puderam interagir em total sintonia. Uma daquelas raras oportunidades em que tudo flui natural e lindamente.

Claro, não faltaram momentos emocionantes. O primeiro deles, evidentemente, foi o encontro dessas três personalidades da área cultural. Mas outro marcou bastante. Estela, apesar de grande admiradora do trabalho de Edna Vilarinho, não a conhecia pessoalmente e não se conteve, demonstrando todo seu carinho pela compositora. Essa sintonia foi captada com maestria no vídeo da campanha, onde o trio faz uma celebração musical ao linguajar cuiabano.

Para aprofundar ainda mais o público no fascinante universo do linguajar cuiabano, a campanha incluiu um dicionário. Entre as fontes ninguém menos que o grande poeta e compositor Moisés Martins, autor de vários clássicos do Rasqueado Cuiabano, e o saudoso escritor António de Arruda. Eles se dedicaram a escrever sobre o falar típico trazendo informações sobre seus elementos formadores e coligiram um grande número de palavras e expressões. Muitas que até já caíram em desuso, reforçando a emergência desse resgate promovido com a campanha.

 

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