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Cuiabá 302 anos

Cuiabá 302 anos

Para a Pau e Prosa Comunicação, o dia 8 de abril é sempre muito especial. Afinal, sempre é bom feriar, não é mesmo?

Brincadeiras à parte, em primeiro lugar, é especial porque é o aniversário da cidade de Cuiabá, onde a agência nasceu e há muitos anos desenvolve seu trabalho, ajudando assim a contar um pouco dessa história. Segundo porque, ao produzir campanhas e peças publicitárias para nossos clientes, temos a oportunidade de exercitar esse amor e admiração despertando emoções e promovendo a saúde.

 

Tem sido assim com o projeto “Terapia de Lembranças”, que criamos para a Unimed Cuiabá. A ideia é estimular a memória dos idosos – e, consequentemente, trazer informações valiosas aos mais novos – de variadas formas. Já criamos um livro com fotos antigas da Capital e rememoramos os bons tempos dos bailes com a ajuda do saudoso Bolinha por meio de campanhas que contaram com vídeos e anúncios para diferentes mídias, ampliando assim o alcance do trabalho.

Neste ano de 2021 não é diferente. Quer dizer, é sim! Procuramos manter a proposta, mas explorá-la de diversas maneiras. Então, como forma de valorizar a qualidade de vida dos idosos, estamos estimulando suas lembranças como foco na arte. Ela está representada pelas belas pinturas do artista plástico cuiabano Jonas Barros e os sublimes versos de outro cuiabano ilustre, o poeta Manoel de Barros (1916-2014) – o mesmo sobrenome foi coincidência!

Em mais um grande trabalho de produção que envolveu muita gente, criamos um vídeo com cenas marcantes de Cuiabá, sua arquitetura histórica e paisagens naturais, além do pintor em ação. As imagens ganham ainda mais beleza com os versos do saudoso poeta declamados por Gilberto Nasser. Não há como não se emocionar!

 

Confira:

A emoção também promete invadir a casa dos cuiabanos neste 8 de abril com o projeto Por Todo Canto. Trata-se de um audiovisual em que o “violeiro do Pantanal” João Ormond, talento que ganhou projeção na Capital, convida dois grandes artistas cuiabanos para fazerem juntos uma trilha especial para a cidade: Ana Rafaela e Maurício Detoni. São três excelentes músicos que hoje são considerados artistas de renome nacional, mas que mantém firmes suas raízes.

São projetos que nos enchem de orgulho e de prazer em realizar. São formas que encontramos de enaltecer aspectos importantes de nossa cultura, ao mesmo tempo em que promovemos o reconhecimento de quem teve papel importante em sua construção.

Confira:

Preservamos a história da cidade por meio da nossa arte.

Parabéns, Cuiabá, pelos 302 anos.

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Um salve à afronta de ser jornalista

Feche os olhos e imagine o país liderado por um imperador, com trono, família real, monarquia, palácios e toda aquela parafernália aristocrática. Sim, esse Brasil já existiu. Hoje, não mais, embora até pareça às vezes. Em 07 de abril de 1831, Dom Pedro I renunciou ao cargo máximo de poder no país. Ok, mas o que isso tem a ver com um artigo sobre o dia do jornalista?

Continuando. A data surgiu da afronta da categoria e eu explico. O processo de renúncia de Dom Pedro I contou com episódios dramáticos, brigas, disputas de poder, muita denúncia de corrupção, e mais um monte daqueles acordos que permeiam a política desde que ela é política. Assim como a política agia como age, o jornalismo também. Giovanni Battista Líbero Badaró era um deles. Jornalista e médico, este italiano radicado no Brasil foi um dos maiores nomes da oposição ao imperador, com centenas de reportagens em que relatava os abusos da família real, liderados principalmente por Dom Pedro I, além das tentativas de censura à liberdade de imprensa. Algo que, infelizmente, volta à tona no Brasil de mitos e heróis que não honram capa alguma.

Os livros de história e também de jornalismo se dividem em afirmar se o imperador teve ou não a ver com o assassinato de Líbero Badaró, cerca de um ano antes da renúncia. O fato é que a morte dele levou também ao fim do primeiro reinado brasileiro. E jornalista, que é um povo debochado e afrontoso, dedicou a data da renúncia de Dom Pedro I para celebrar e homenagear a profissão. Daí 07 de abril ter sido escolhido.

Não é de se espantar que a imprensa seja o alvo preferido de políticos. “Mentirosos, caluniadores, inimigos do povo, comunistas, coxinhas, maconheiros, sensacionalistas, propagadores do ódio, pró-governo, do contra, hackers”. O dicionário de A a Z para xingar jornalista é lotado de verbetes. No fundo, todo jornalista sabe que será xingado em determinado momento da apuração e publicação de suas matérias. E, mesmo sabendo disso, continuamos. Seguimos, porque a vontade em escrever, e a afronta também, obviamente, está em nós. Para quem duvida, pergunte ao jornalista da roda qual sua matéria marcante. Aposto, com quase 100% de certeza, que será alguma em que foi possível desafiar alguém, um político, uma empresária, um juiz, uma prefeitura, o presidente. Gostamos disso.

Embora baleado e com várias cicatrizes, o jornalismo de verdade vive! Sua existência sempre foi, é e continuará sendo peça fundamental para a resistência de um povo. A pátria livre, que tanto lutaram para que fosse conquistada (e esperamos que assim continue), não fica em pé sem uma imprensa livre, honesta, ética e, por que não, afrontosa também.

Bruna Pinheiro é jornalista formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), afrontosa e debochada, assim como qualquer mero jornalista. Escreve também na Pau e Prosa Comunicação, que pelo nome é outra afrontosa.

 

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